1 de abril de 2010
Pusemos em marcha a revolução da educação, diz Lula
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira (1º) que seu governo “revolucionou” a educação no país, e citou projetos e medidas provisórias destinados à melhoria da educação aprovados nos últimos oito anos. “Pusemos em marcha revolução da educação brasileira. Vários são os números que mostram universalização da qualidade da educação”, disse.
O presidente defendeu o aperfeiçoamento dos profissionais de educação e a aplicação em todos os estados do piso salarial para professores do ensino público. “Educação só se desenvolve com profissionais bem preparados, o casamento entre educação de qualidade e qualificação dos professores tem que ser indissolúvel”, disse.
Para Lula, o pagamento de bons salários para os professores é importante para garantir a dedicação deles na sala de aula. “Não é possível depositar confiança na professora que vai cuidar dos nossos filhos sabendo que ela não vai levar para casa o suficiente para cuidar da sua família”.
O presidente fez referência aos governos passados dizendo que a profissão de professor foi marginalizada. “Os professores tiveram ao longo dos anos a profissão judiada, sucateada”, disse.
O presidente voltou a lembrar que ele e o vice, José Alencar, não possuem diploma universitário, o que, segundo ele, não impediu que o governo investisse em educação. “Fui o presidente que mais construiu universidade nesse país”, afirmou Lula.
O ministro da Educação, Fernando Haddad, defendeu, durante a cerimônia, que seja definida uma meta para a remuneração de professores. “Nós temos que dizer qual será a remuneração mínima do trabalhador em educação daqui a dois, quatro, seis anos”, disse. Segundo o ministro, a ideia é que, no futuro, a carreira de professor “não perca” em questão de salário para outras.
Lula e Haddad discursaram durante a Conferência Nacional da Educação. O evento, que contou com a participação de secretários estaduais, ministros e parlamentares, tem como objetivo discutir projetos para o Plano Nacional de Educação (PNE).
Multa
O presidente leu o discurso e falou de improviso apenas no final. Lula disse que optou por se ater ao que havia escrito para evitar multas por propaganda eleitoral antecipada.
Neste mês o plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) multou o presidente em R$ 10 mil por ter supostamente feito campanha a favor da ex-ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, durante a inauguração de uma obra do governo.
Dias antes, o ministro auxiliar do tribunal Joelson Dias determinou ao presidente o pagamento de R$ 5 mil também por propaganda antecipada. O plenário ainda deve decidir em definitivo sobre esta multa.
“Hoje eu vou ler o meu discurso. Hoje eu vou ler porque eu estou sendo multado todo dia e daqui a pouco eu vou ter que trabalhar o resto da vida para pagar multa, então eu vou me conter aqui e depois vou fazer um improviso rápido”, disse.
Democracia
Durante o discurso, o presidente defendeu a participação da sociedade civil nas ações de governo. Lula destacou que durante seu mandato foram realizadas 66 conferências. “É importante observar que desde 1941 o Brasil realizou 106 conferências. Em oito anos fizemos mais conferência do que todos os governos”, disse o presidente, que aproveitou para fazer críticas à oposição.
“Alguns dos nossos opositores acham que democracia é ato de silêncio, para nós a democracia é ato de múltiplas manifestações da sociedade brasileira”.
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