Após obrigar a retirada de aproximadamente 20 mil pessoas de suas casas nas Filipinas, o vulcão Mayon continua jogando cinza e lava e tendo explosões cada vez mais frequentes. O Instituto Filipino de Vulcanologia indicou que nas últimas 24 horas os sismógrafos detectaram 78 abalos causados por explosões no interior do vulcão
16 de dezembro de 2009
14 de dezembro de 2009
Pesquisador defende investimentos na educação infantil, especialmente nos primeiros anos de vida das crianças
O economista, professor e pesquisador da Fundação Getulio Vargas (FGV) Aloísio Araújo defende investimentos na educação infantil, especialmente nos primeiros anos de vida, quando se forma o cérebro das crianças. O motivo é simples: meninos e meninas que recebem mais estímulos cognitivos até os 4 anos de idade chegam à escola em melhores condições de aprender. Reportagem de Demétrio Weber publicada na edição deste domingo do Globo mostra que o inverso também é verdadeiro e, segundo Araújo, explica o fosso que separa estudantes brasileiros antes mesmo de pisarem na sala de aula. Araújo está à frente de um seminário internacional que vai discutir o assunto na quinta e sexta-feira, na FGV do Rio, com a presença de nove pesquisadores estrangeiros, um deles James Heckman, que ganhou o prêmio Nobel de Economia em 2000. A seguir, os principais trechos da entrevista.
Por que o senhor considera a educação infantil tão importante?
ALOÍSIO ARAÚJO: Do ponto de vista de neurociência, porque o cérebro se forma muito cedo. Então, se a criança não recebe certos estímulos nessa fase em que se estabelecem certas conexões neuronais, ela dificilmente vai recuperar isso depois. Através de medições e imagens mais modernas, fica claro que é difícil que essa criança atinja o mesmo nível de uma outra que foi submetida aos estímulos adequados.
Que tipo de estímulos?
ARAÚJO: A criança que vem de um lar em que os pais são educados, leem em voz alta, dão estímulos lógicos e usam um vocabulário amplo, está muito mais preparada quando chega à escola do que uma criança que tem os pais analfabetos, poucos recursos em casa, não tem jogos, brinquedos. Isso é medido num trabalho do (James) Heckman e do Flávio Cunha: com 1 ano de idade, as diferenças são muito pequenas. Aos 4 anos, muito grandes, dependendo do nível de renda.
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Depois dos 4 anos, o sistema educacional não recupera mais
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A escola consegue reverter essa diferença mais tarde?
ARAÚJO: Depois dos 4 anos, o sistema educacional não recupera mais. As diferenças que existem por educação da mãe ou faixa de renda não são mais reversíveis.
O senhor está falando de estímulos, então, que teriam que ser dados nas creches.
ARAÚJO: Não necessariamente todo mundo vai à creche. Isso pode ser feito dentro de casa também. Se esses estímulos são feitos dentro de casa, por uma mãe que dedica muitas horas à criança, pais que leem em voz alta, se há muitos brinquedos que estimulam o desenvolvimento cerebral, essa criança se prepara melhor e já chega à escola em condições muito mais favorecidas. Se não se fizer essa intervenção mais cedo, as diferenças não diminuem.
Como isso afeta o Brasil?
ARAÚJO: O Brasil tem um número muito grande de crianças que vêm de famílias com baixa escolarização da mãe, dos pais em geral, e com baixo nível de renda. A mãe é mais relevante, porque geralmente passa mais horas com as crianças. Então, fica muito difícil para o sistema escolar recuperar essa defasagem depois. Esse é o desafio maior no Brasil. Um país como o nosso deve dar mais atenção a essas intervenções precoces.
Por que o senhor considera a educação infantil tão importante?
ALOÍSIO ARAÚJO: Do ponto de vista de neurociência, porque o cérebro se forma muito cedo. Então, se a criança não recebe certos estímulos nessa fase em que se estabelecem certas conexões neuronais, ela dificilmente vai recuperar isso depois. Através de medições e imagens mais modernas, fica claro que é difícil que essa criança atinja o mesmo nível de uma outra que foi submetida aos estímulos adequados.
Que tipo de estímulos?
ARAÚJO: A criança que vem de um lar em que os pais são educados, leem em voz alta, dão estímulos lógicos e usam um vocabulário amplo, está muito mais preparada quando chega à escola do que uma criança que tem os pais analfabetos, poucos recursos em casa, não tem jogos, brinquedos. Isso é medido num trabalho do (James) Heckman e do Flávio Cunha: com 1 ano de idade, as diferenças são muito pequenas. Aos 4 anos, muito grandes, dependendo do nível de renda.
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Depois dos 4 anos, o sistema educacional não recupera mais
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A escola consegue reverter essa diferença mais tarde?
ARAÚJO: Depois dos 4 anos, o sistema educacional não recupera mais. As diferenças que existem por educação da mãe ou faixa de renda não são mais reversíveis.
O senhor está falando de estímulos, então, que teriam que ser dados nas creches.
ARAÚJO: Não necessariamente todo mundo vai à creche. Isso pode ser feito dentro de casa também. Se esses estímulos são feitos dentro de casa, por uma mãe que dedica muitas horas à criança, pais que leem em voz alta, se há muitos brinquedos que estimulam o desenvolvimento cerebral, essa criança se prepara melhor e já chega à escola em condições muito mais favorecidas. Se não se fizer essa intervenção mais cedo, as diferenças não diminuem.
Como isso afeta o Brasil?
ARAÚJO: O Brasil tem um número muito grande de crianças que vêm de famílias com baixa escolarização da mãe, dos pais em geral, e com baixo nível de renda. A mãe é mais relevante, porque geralmente passa mais horas com as crianças. Então, fica muito difícil para o sistema escolar recuperar essa defasagem depois. Esse é o desafio maior no Brasil. Um país como o nosso deve dar mais atenção a essas intervenções precoces.
13 de dezembro de 2009
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